2 de set. de 2013

Meus sete dias de jejum

Depois de dois anos morando pela Finlândia, acabei aprendendo a me importar mais com as coisas que como. Aprendi a ler as tabelas nutricionais, assim como reconhecer os melhores alimentos - em termos de valor nutricional. Mas não rejeito completamente as "guloseimas", a exemplo da minha Mustikkapiirakka (torta de mirtilo. Receita aqui!) ou do meus bolos de chocolate, ou das várias coisinhas ricas em carboidratos.

A minha grande questão aqui é que, depois que cheguei na Finlândia, meu cérebro não está a funcionar muito bem. Não sei explicar direito, só sinto que vivo numa situação de sonho (não sonho no sentido de "ah meu deus, que sonho morar na Finlândia!", mas no sentido de não conseguir mais me conectar com a realidade naturalmente. É como se toda minha atividade cognitiva precisasse de um esforço tremendo pra tirar resultados de qualquer tipo de interação com a realidade, incluindo interações sociais. Minha mente está nublada, nebulosa.

Sei que mudanças de ambiente geram inquietações que podem perdurar por anos. Na universidade, estudei várias coisas de comunicação intercultural, incluindo a tal da curva U de choque cultural, que ilustra as diferentes fases de adaptação de um ser humano à uma nova cultura:


Curva U do choque cultural: Euforia, ansiedade, rejeição, adaptação. Fonte.

Também sei que comida é o grande quê tanto da cultura, quanto do metabolismo e sobrevivência humana. Logicamente minha dieta mudou quando cheguei aqui. Só que mudou pra melhor, já que agora estou ciente do que como.

Então decidi "reiniciar" meu corpo através de um método bastante antigo: o jejum. Não estou fazendo isso por religião (não acredito em deuses), ou para emagrecer (já peso 46kg). Estou fazendo isso pra desintoxicar - detox - meu corpo e ao mesmo tempo trazer clareza à minha mente.

De acordo com várias pessoas que já fizeram - e continuam fazendo - jejum, os primeiros dias são os mais difíceis, já que você é atormentado pela fome psicológica. Depois que sua mente desiste de lhe derrotar, um período de clareza mental e energia virá (lógico, já que seu corpo não gasta mais tanta energia digerindo sua macarronada ou seu churrasco). Depois desse período, a fome verdadeira chega. Aí é o tempo certo de quebrar o jejum aos poucos, com alimentos fáceis de digerir. O mais importante de tudo isso é aprender a escutar o seu corpo. Acredite, às vezes ele sabe mais sobre você do que sua mente!

Vale lembrar que o jejum não deve ser uma decisão irresponsável. Se você quiser continuar vivo e desfrutar dos benefícios do jejum, você deve pesquisar a coisa com bastante antecedência. Além disso, é recomendável um checkup geral antes do jejum: visite seu médico pra ter certeza que você não tem uma anemia ou coisa do tipo. Mas visite um médico decente, que saiba relativamente muito sobre jejum. E nunca, quero dizer, nunca mesmo se baseie em notícias como esta ou esta. Jornalistas tem mente perecível em se tratando das coisas que escrevem.

Um rapaz que eu gosto de ouvir às vezes:



O jejum que farei será esse da água. Sete dias bebendo somente água - e não comendo. Estou preparada pros enjôos, mau hálito e mal estar em geral.

Então, a parte mais importante do jejum é manter a mente livre das distrações comestíveis. Yoga, meditação, domir, isso tudo serve. Meu plano é fazer tudo isso juntamente com pequenas caminhadas, jogos e, já que tenho tempo de sobra, escrever no blog e contar minha experiência.

Um comentário:

  1. Boa sorte, espero que alcance o resultado pretendido ou pelo menos algo bastante positivo!

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